Gostou do artigo? Compartilhe!

Fisioterapia pélvica: para que serve?

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que é fisioterapia1 pélvica2?

A fisioterapia1 pélvica2 é uma área especializada da fisioterapia1 que se dedica à avaliação, prevenção e tratamento de disfunções nas estruturas do assoalho pélvico3. Esse conjunto de músculos4, ligamentos5 e tecidos localiza-se na base da pelve6 e tem a função de sustentar órgãos como bexiga7, útero8, intestino e outras estruturas da região inferior do abdômen. Ele é essencial para funções como micção9, evacuação, continência urinária e fecal, função sexual e resistência a aumentos de pressão intra-abdominal, além de ter um papel crucial durante a gravidez10 e o parto.

Por que fazer fisioterapia1 pélvica2?

A fisioterapia1 pélvica2 é indicada para tratar e prevenir uma ampla gama de condições, como incontinência urinária11 e fecal, prolapso12 de órgãos pélvicos13 (bexiga7, útero8, reto14), disfunções sexuais, dor pélvica2 crônica, instabilidade pélvica2 e lombar, além de dificuldades para evacuar ou esvaziar a bexiga7. Também é muito útil no preparo para o parto, na recuperação pós-parto, na preparação para cirurgias pélvicas15 e na reabilitação após essas intervenções. Pode auxiliar no manejo de disfunções relacionadas à menopausa16 e melhorar a qualidade de vida de mulheres no período gestacional.

Além de atuar no tratamento de sintomas17 já presentes, a fisioterapia1 pélvica2 é uma abordagem preventiva eficaz. Ela reduz sintomas17 como incontinência18, dores e desconfortos, aumenta o conforto nas atividades diárias e na vida sexual, e contribui para evitar complicações futuras, proporcionando bem-estar e qualidade de vida.

Conheça alguns tipos de parto:
» Parto vaginal
» Parto cesárea
» Parto Leboyer
» Parto de cócoras
» Parto na água

De que técnicas se vale a fisioterapia1 pélvica2?

A fisioterapia1 pélvica2 utiliza um conjunto de técnicas para avaliar, tratar e prevenir disfunções.

  • Exercícios específicos: trabalham o fortalecimento, relaxamento e coordenação dos músculos4 do assoalho pélvico3, integrando-os a outros grupos musculares, como abdômen e glúteos19.
  • Terapia manual: inclui massagens, liberação miofascial e mobilizações articulares para aliviar tensões e melhorar a função muscular.
  • Eletroestimulação20: utiliza correntes elétricas de baixa intensidade para estimular músculos4 enfraquecidos, especialmente em casos de incontinência urinária11 ou fecal.
  • Biofeedback: permite visualizar em uma tela a atividade muscular durante contrações ou relaxamentos, ajudando no aprendizado e na eficácia do tratamento.
  • Técnicas de relaxamento: são aplicadas em casos de tensão muscular excessiva, contribuindo para o alívio de dores crônicas.
  • Reeducação postural e biomecânica: avalia e corrige desalinhamentos pélvicos13 e padrões de movimento inadequados que afetam o assoalho pélvico3.
  • Técnicas de respiração e mindfulness: reduzem a tensão, melhoram a circulação21 e aliviam dores crônicas.
  • Uso de dilatadores vaginais ou anais: indicados para condições como vaginismo, dispareunia (dor na relação sexual) ou dores pélvicas15, promovendo elasticidade22 e tolerância ao alongamento.
  • Terapias instrumentais: como ultrassom terapêutico, usado para tratar cicatrizes23 e inflamações24, e laser perineal, que facilita a cicatrização de lesões25 causadas por episiotomias, lacerações ou outras condições.

A fisioterapia1 pélvica2 no pré-parto

Durante a gravidez10, o assoalho pélvico3 é submetido a maior esforço para suportar o peso adicional do feto26, placenta e líquidos gestacionais. A fisioterapia1 pélvica2, ao fortalecer e relaxar a musculatura, ajuda a mulher a suportar essas mudanças e se preparar para o parto, reduzindo dores lombares, pélvicas15 e no púbis27. Também facilita o trabalho de parto ao melhorar a elasticidade22 muscular e reduzir o risco de lacerações.

Além disso, promove melhor alinhamento postural, reduzindo sobrecargas e aliviando desconfortos. Melhora a circulação21 geral, prevenindo inchaços e minimizando o risco de trombose28, enquanto otimiza a circulação21 na região pélvica2, essencial para a saúde29 do bebê e da mãe. A fisioterapia1 também ensina técnicas de respiração para manejo da dor durante o trabalho de parto e simula posições e movimentos que favorecem o parto normal. Contribui ainda para prevenir ou tratar a diástase abdominal e melhora a integração entre os músculos4 abdominais e o assoalho pélvico3.

A fisioterapia1 pélvica2 no pós-parto

No pós-parto, as mudanças hormonais e estruturais que ocorreram durante a gestação demandam reabilitação específica para cada mulher. A fisioterapia1 pélvica2 auxilia na recuperação física e emocional do puerpério30, fortalecendo os músculos4 do assoalho pélvico3, corrigindo a diástase abdominal e prevenindo problemas como incontinência urinária11 e fecal.

Ela também contribui para minimizar dores durante a relação sexual e retomar a atividade física de forma segura. O uso de equipamentos como biofeedback, eletroestimuladores e cones pode ser parte do tratamento. Outros benefícios incluem o alívio de dores pélvicas15 e lombares, melhora da postura, auxílio na cicatrização de lacerações e episiotomias, estímulo à circulação21 local e redução do risco de tromboses31.

Exercícios suaves, como técnicas de respiração e estímulo à circulação21, podem ser iniciados logo após o parto, especialmente em cesarianas, para prevenir complicações. A reabilitação mais intensiva, no entanto, deve começar após seis semanas, com liberação médica, dependendo do tipo de parto e da recuperação da mulher.

Leia também sobre "Perda urinária em mulheres", "Incontinência urinária11" e "Incontinência fecal32".

 

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Mayo Clinic e da Cleveland Clinic.

ABCMED, 2024. Fisioterapia pélvica: para que serve?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1479680/fisioterapia-pelvica-para-que-serve.htm>. Acesso em: 13 jan. 2025.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
2 Pélvica: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
3 Assoalho Pélvico: Tecido mole, formado principalmente pelo diafragma pélvico (composto pelos dois músculos levantadores do ânus e pelos dois coccígeos). Por sua vez, o diafragma pélvico fica logo abaixo da abertura (outlet) pélvica e separa a cavidade pélvica do PERÍNEO. Estende-se do OSSO PÚBICO (anteriormente) até o COCCIX (posteriormente).
4 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
5 Ligamentos: 1. Ato ou efeito de ligar(-se). Tudo o que serve para ligar ou unir. 2. Junção ou relação entre coisas ou pessoas; ligação, conexão, união, vínculo. 3. Na anatomia geral, é um feixe fibroso que liga entre si os ossos articulados ou mantém os órgãos nas respectivas posições. É uma expansão fibrosa ou aponeurótica de aparência ligamentosa. Ou também uma prega de peritônio que serve de apoio a qualquer das vísceras abdominais. 4. Vestígio de artéria fetal ou outra estrutura que perdeu sua luz original.
6 Pelve: 1. Cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ossos ilíacos), sacro e cóccix; bacia. 2. Qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
7 Bexiga: Órgão cavitário, situado na cavidade pélvica, no qual é armazenada a urina, que é produzida pelos rins. É uma víscera oca caracterizada por sua distensibilidade. Tem a forma de pêra quando está vazia e a forma de bola quando está cheia.
8 Útero: Orgão muscular oco (de paredes espessas), na pelve feminina. Constituído pelo fundo (corpo), local de IMPLANTAÇÃO DO EMBRIÃO e DESENVOLVIMENTO FETAL. Além do istmo (na extremidade perineal do fundo), encontra-se o COLO DO ÚTERO (pescoço), que se abre para a VAGINA. Além dos istmos (na extremidade abdominal superior do fundo), encontram-se as TUBAS UTERINAS.
9 Micção: Emissão natural de urina por esvaziamento da bexiga.
10 Gravidez: Condição de ter um embrião ou feto em desenvolvimento no trato reprodutivo feminino após a união de ovo e espermatozóide.
11 Incontinência urinária: Perda do controle da bexiga que provoca a passagem involuntária de urina através da uretra. Existem diversas causas e tipos de incontinência e muitas opções terapêuticas. Estas vão desde simples exercícios de fisioterapia até complicadas cirurgias. As mulheres são mais freqüentemente acometidas por este problema.
12 Prolapso: Deslocamento de um órgão ou parte dele de sua localização ou aspecto normal. P.ex. prolapso da válvula mitral, prolapso uterino, etc.
13 Pélvicos: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
14 Reto: Segmento distal do INTESTINO GROSSO, entre o COLO SIGMÓIDE e o CANAL ANAL.
15 Pélvicas: Relativo a ou próprio de pelve. A pelve é a cavidade no extremo inferior do tronco, formada pelos dois ossos do quadril (ilíacos), sacro e cóccix; bacia. Ou também é qualquer cavidade em forma de bacia ou taça (por exemplo, a pelve renal).
16 Menopausa: Estado fisiológico caracterizado pela interrupção dos ciclos menstruais normais, acompanhada de alterações hormonais em mulheres após os 45 anos.
17 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
18 Incontinência: Perda do controle da bexiga ou do intestino, perda acidental de urina ou fezes.
19 Glúteos:
20 Eletroestimulação: É um recurso terapêutico utilizado por fisioterapeutas, em que os músculos são contraídos e relaxados através de um aparelho que faz a estimulação elétrica para melhorar o tônus muscular.
21 Circulação: 1. Ato ou efeito de circular. 2. Facilidade de se mover usando as vias de comunicação; giro, curso, trânsito. 3. Movimento do sangue, fluxo de sangue através dos vasos sanguíneos do corpo e do coração.
22 Elasticidade: 1. Propriedade de um corpo sofrer deformação, quando submetido à tração, e retornar parcial ou totalmente à forma original. 2. Flexibilidade, agilidade física. 3. Ausência de senso moral.
23 Cicatrizes: Formação de um novo tecido durante o processo de cicatrização de um ferimento.
24 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
25 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
26 Feto: Filhote por nascer de um mamífero vivíparo no período pós-embrionário, depois que as principais estruturas foram delineadas. Em humanos, do filhote por nascer vai do final da oitava semana após a CONCEPÇÃO até o NASCIMENTO, diferente do EMBRIÃO DE MAMÍFERO prematuro.
27 Púbis:
28 Trombose: Formação de trombos no interior de um vaso sanguíneo. Pode ser venosa ou arterial e produz diferentes sintomas segundo os territórios afetados. A trombose de uma artéria coronariana pode produzir um infarto do miocárdio.
29 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
30 Puerpério: Período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação.
31 Tromboses: Formações de trombos no interior de um vaso sanguíneo. Podem ser venosas ou arteriais e produzem diferentes sintomas segundo os territórios afetados. A trombose de uma artéria coronariana pode produzir um infarto do miocárdio.
32 Incontinência fecal: É a perda do controle das evacuações. Pode ocorrer por um curto período durante episódios de diarréia ou quando fezes endurecidas ficam alojadas no reto (impactação fecal). Os indivíduos com lesões anais ou medulares, prolapso retal (protrusão do revestimento do reto através do ânus), demência, lesão neurológica causada pelo diabetes, tumores do ânus ou lesões pélvicas ocorridas durante o parto podem desenvolver uma incontinência fecal persistente.

Resultados de busca relacionada no catalogo.med.br:

Fábio Marcelo Martins Vara

Ginecologista e Obstetra

São Paulo/SP

Demetrio Alves de Araujo

Ginecologista e Obstetra

Januária/MG

Alessandra Kohatsu Shimabuco Yoshizumi

Ginecologista e Obstetra

Campo Grande/MS

Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.