Trabalho de parto - como é?
O que é trabalho de parto?
Chama-se “trabalho de parto” ao conjunto de eventos fisiológicos que possibilitam e promovem a expulsão e o nascimento do bebê. De forma natural e dentro da normalidade fisiológica1, esse “trabalho” desemboca na expulsão do feto2 através da vagina3, num parto dito normal.
Como saber se o trabalho de parto está próximo?
O trabalho de parto não é algo repentino. Às vezes, o corpo começa a se preparar para o parto um mês antes dele acontecer. O trabalho de parto varia de mulher para mulher e pode ser impossível determinar exatamente quando ele está por vir, mas várias mudanças fisiológicas4 anunciam com certa antecedência que ele está para acontecer. Se a gravidez5 estiver na 37ª semana ou mais adiante, a gestante deve esperar o trabalho de parto a qualquer momento. Além disso, ela notará que o bebê se “encaixa”, que a barriga fica mais baixa e protrusa e que há um aumento da secreção vaginal.

Notará também o aparecimento de um "sinal6" de sangue7 sendo eliminado e as contrações uterinas esporádicas tornam-se mais frequentes e mais fáceis de serem percebidas. Ao exame ginecológico, o colo do útero8 se mostrará mais fino e ligeiramente dilatado. Podem aparecer dores nas costas9, principalmente na região lombar10. Se o tampão de muco, que cobre o colo do útero8, sair, é uma indicação de que o trabalho de parto pode ser iminente.
E quando o trabalho de parto se inicia?
Se a bolsa das águas se romper, o trabalho de parto deve se iniciar espontaneamente ou de modo induzido. As contrações estarão mais acentuadas e doloridas. Se não houver contrações depois do rompimento da bolsa, o parto terá de ser induzido ou deverá ser feita uma cesariana.
Saiba mais sobre a cesariana lendo o artigo "Como é a cesárea?".
A gestante deve procurar repousar, descansar e poupar o corpo para o trabalho que virá, além de comer e beber alguma coisa leve, porque no hospital ela poderá ser colocada em jejum.
Os principais sinais11 de início do trabalho de parto normal são:
- O rompimento da "bolsa das águas".
- As contrações uterinas dolorosas que aumentam progressivamente de intensidade e frequência.
- A perda do tampão mucoso.
- A dilatação do colo do útero8.
No caso de um primeiro filho, o trabalho de parto varia entre 8 a 24 horas e esse tempo diminui a cada gravidez5.
Como se processa o trabalho de parto?
As contrações uterinas normalmente tornam-se mais frequentes e intensas à medida que o trabalho de parto evolui. Se as dores provocadas por elas forem muito intensas, pode-se aplicar uma anestesia12 peridural13. Durante as contrações, o médico ou uma enfermeira especializada verificam periodicamente a dilatação do colo do útero8. Quando ele estiver suficientemente dilatado para possibilitar a passagem do bebê e as contrações se tornarem muito fortes, mantendo um ritmo mais constante, as paredes do útero14 farão pressão sobre o bebê e, em conjunto com o esforço da mãe e do médico, impulsionarão a criança para fora.
À gestante pede-se que faça uma força de expulsão, semelhante à que se faz para evacuar. Esta é a fase de maiores dores, ocasionadas pelas contrações uterinas e pela dilatação da vagina3. Nela pode ser feita, se necessário, uma episiotomia15, que consiste em um corte cirúrgico feito na região do períneo16 para aumentar o alargamento vaginal e auxiliar a saída do bebê, a qual é suturada imediatamente após o parto e, normalmente, cicatriza em poucos dias. Após a expulsão do bebê, o útero14 se contrai mais uma vez para expulsar a placenta. Correndo tudo normalmente, está terminado o parto.
Conheça algumas formas diferentes de parto normal. Veja os artigos sobre o "parto Leboyer", "parto de cócoras e "parto na água".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.