Dor miofascial: como é? Quais as causas? Como são o diagnóstico e o tratamento?
O que é dor miofascial?
A dor fascial ou Síndrome1 Dolorosa Miofascial é uma síndrome1 caracterizada por dor muscular crônica desencadeada quando um ponto específico do corpo, chamado ponto gatilho, é pressionado. Essa é uma das causas mais comuns de dor musculoesquelética. Pontos gatilho são nódulos musculares ou na fáscia2 que desencadeiam, quando palpados, dor, endurecimento, pseudo-fraqueza e limitação de amplitude de movimento do músculo. A dor, bastante significativa, pode ser referida a um local à distância do ponto gatilho.
Quais são as causas e o mecanismo fisiopatológico da dor miofascial?
A fisiopatologia3 da dor miofascial ainda é um mistério. Acredita-se que os pontos gatilho podem se desenvolver a partir de microlesões musculares repetitivas, ou tensão excessiva sobre um determinado músculo ou grupo muscular, ligamento4 ou tendão5, ou por todos esses fatores em conjunto. Parece que a lesão6 crônica acaba gerando o ponto gatilho que, por sua vez, causa a dor.
A dor pode também estar associada a condições como diabetes7, doenças da tireoide8, depressão, anemia9, doenças reumatológicas e neurológicas, etc, ou ser desencadeada por bruxismo, distúrbios comportamentais ou do sono.
Leia mais em "Distensão muscular", "Torcicolo10", "Hérnia de disco11", "Fibromialgia12" e "Dor crônica".
Quais são as características clínicas da dor miofascial?
A dor miofascial pode ocorrer em ambos os sexos e é mais comumente observada em atletas e nas pessoas acima dos 30 anos de idade. Ocorre também em qualquer músculo ou fáscia2 e pode resultar em uma variedade de sintomas13 locais. Apesar de ser mais comum nas costas14, ombros e pescoço15, ela também pode aparecer em qualquer outra parte do corpo.
Geralmente, a dor muscular é profunda, em aperto, contínua, mal localizada sobre músculos16 ou articulações17. Dependendo da intensidade e da localização dos pontos gatilho, pode variar desde uma dor leve até outra de forte intensidade. Ela tende a ser despertada ou se agravar com o exercício, embora possa ocorrer mesmo no repouso. Além disso, ocorre rigidez muscular no músculo dolorido, diminuição da amplitude de movimento, exacerbação da dor ao pressionar o ponto dolorido, contração do músculo ao realizar a palpação18 e alívio da dor ao realizar o alongamento do músculo.
Os nódulos dos pontos gatilho são muitas vezes palpáveis através da pele19. A dor sentida pelo paciente pode ser experimentada em local diferente de onde está o ponto gerador (“gatilho”) devido ao fenômeno da dor referida. Além da dor, as pessoas com essa síndrome1 também podem sofrer de depressão, fadiga20, distúrbios comportamentais e outras coisas mais, como em todas as condições de dor crônica.
Como o médico diagnostica a dor miofascial?
O diagnóstico21 da dor miofascial é eminentemente22 clínico. O diagnóstico21 depende apenas da história clínica, da avaliação dos fatores causais e do achado dos pontos gatilho, com reprodução23 da dor ao exame físico.
Como o médico trata a dor miofascial?
A dor miofascial tem cura. O objetivo do tratamento não visa simplesmente o alívio da dor mas busca, além da analgesia, a diminuição do desconforto, a melhora da funcionalidade do paciente e da sua qualidade de vida. A tentativa de controle dos sintomas13 deve ser realizada com terapias farmacológicas (analgésicos24, anti-inflamatórios e relaxantes musculares), não farmacológicas (agulhamento, acupuntura, etc), alongamentos e técnicas de liberação miofascial que podem ser realizadas pela fisioterapia25 e reabilitação.
Além disso, os indivíduos podem também recorrer à crioterapia26 ou eletroterapia, ultrassonografia27 ou laser, massagens e auto-massagens. O músculo em causa deve ser mantido em repouso até a melhora total da dor.
Veja mais sobre "Fisioterapia25", "Reeducação postural global (RPG)", "Método de Busquet" e "Benefícios do alongamento".
Como prevenir a dor miofascial?
Para prevenir a síndrome1 da dor miofascial é muito importante a identificação de vícios de postura e de movimentos, os quais são frequentemente a causa dessa síndrome1.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.